segunda-feira, 7 de maio de 2012



ImagemPara quem ainda não conhece, o CLODBLOOD é um dos nomes mais antigos e ativos do Rio de Janeiro, tendo em seu currículo uma bem sucedida tour por vários países da América do Sul e dois lançamentos em CD (o primeiro CD, ‘Under the Blade I Die’, e o mais recente, o EP ‘The Other Gods’), a banda mostra ter o mesmo fôlego e disposição nesses 20 anos de luta na cena underground brasileira. Aproveitando a data festiva, bem como o lançamento do EP em Janeiro deste ano, fomos bater um papo com o baterista e MKult sobre o passado, o presente e o futuro do quarteto.
Em primeiro lugar, conte um pouco da longa trajetória da banda nesses vinte anos de existência e muitas lutas?


Mkult  – Iniciamos a banda em 1992... Após alguns ensaios gravamos nossa primeira Demo Tape chamada ‘Terror Stench’, em setembro de 92, e seguimos fazendo alguns shows na época junto as bandas SEXTRASH, LOUCYFER, EXPULSER, entre outras. Seguimos com a banda até 93 quando demos nossa primeira e longa pausa que durou até o ano de 2000 quando lançamos a segunda Demo “...and It Comes The Winter”. Após essa Demo, algumas apresentações foram realizadas e novamente a banda deu outra pausa.


A volta definitiva ocorreu em 2005 com a nossa terceira Demo, ‘Reicarnating a New Black God’, seguimos divulgando o material aqui no Brasil e no exterior, até que no ano de 2007 assinamos um contrato com a gravadora mexicana Onslaught Records para o lançamento do nosso Debut álbum, ‘Under the Blade I Die’.


Após o lançamento seguimos fazendo shows pelo Brasil incluindo uma apresentação ao lado do CANNIBAL CORPSE no extinto Hammer Rock Bar em Campinas, SP, mas alguns meses depois Alan Silva (guitarra/vocal) deixou a banda por problemas pessoais e profissionais, enquanto eu e Vitor Hugo, baixista na época, decidimos procurar um substituto, na verdade dois porque planejávamos colocar 2 guitarristas na banda e então seguir em frente.


Foram quase dois anos de procura até que em 2009 encontramos Julio Cesar (Guitarra, do NEGATIVE CELLS OF GOD) e Artur Círio (Guitarra e Vocal, do VULGAR). Começamos a ensaiar para regressar ao circuito de shows e continuar mesmo que 2 anos depois, a divulgação do ‘Under the Blade I Die’. Seguimos com apresentações por algumas cidades do país e em algumas ocasiões dividindo o palco com as bandas MASTER e ONSLAUGHT.


Em 2010, surgiu a oportunidade de fazermos nossa primeira turnê internacional por alguns países da América do Sul, como Equador, Peru e Bolívia, e encerrando aqui no Brasil. Aceitamos o desafio, mas tivemos outra baixa na formação, com a saída do baixista Vitor Hugo às vésperas da turnê, não nos abatemos e decidimos que iríamos como power trio, e Julio Cesar que entrou na banda para assumir uma das guitarras, assumiu o baixo para essa turnê, que foi batizada de ‘Under the South American Tour I Die 2010’. Quando regressamos, tínhamos planos de lançar um EP com inéditas, mas precisávamos encontrar um baixista. Foi aí que no início de 2011 convidamos Alex Kafer (MYSTERIIS, ENTERRO) para assumir o posto.
Com a casa arrumada, ainda fizemos as últimas apresentações da turnê aqui pelo Brasil na ocasião, com as bandas MAYHEM, TAAKE e GRAFENSTAIN, e logo em seguida começamos a trabalhar no novo material. Passamos o segundo semestre de 2011 trabalhando e em Janeiro deste ano, junto a uma parceria entre os selos Metalkult Records, de minha propriedade, Distro Rock Records e Attitude Headbanger’s House, lançamos o EP ‘The Other Gods’, com 5 músicas inéditas, uma delas em formato de vídeo, um clip ao vivo gravado em Chiclayo no Peru, durante a turnê de 2010, mais as 3 primeiras Demos de bônus. Posso dizer que é um material comemorativo de 20 anos com quase toda nossa discografia. Nesse momento, estamos trabalhando no próximo Full-Length, ou seja, a banda não pára, e estamos satisfeitos com essa dinâmica. Assim está o COLDBLOOD hoje.


Gostaríamos de elogiar o EP, que está fantástico, seja pelas músicas novas ou pelas faixas de todos os Demo CDs ‘Reincarnating a New Black God’ e ‘... And It Comes the Winter’, bem como da Demo Tape ‘Terror Stench’, de 1992. Como surgiu a ideia de lançarem o EP nesta forma? E como tem sido a recepção por parte do público?


Mkult – Obrigado pelo elogio. A idéia de lançar este EP surgiu quando estávamos em La Paz, na Bolívia. Sentimos que era a hora de mostrar algo novo, tínhamos 7 músicas e escolhemos 5, e como o lançamento estava programado para o mês em que a banda completaria 20 anos, decidimos criar este formato e disponibilizar como bônus todas as Demos editadas no passado para que as pessoas pudessem conhecer um pouco de nossa trajetória musical e ao mesmo tempo comemorarmos esta data da qual nos orgulhamos muito.


A receptividade tem sido a melhor possível, tanto aqui quanto no exterior. Acabamos de fechar um lançamento no Peru pela Gate of Horror Productions, sinal de que o material foi bem aceito por lá, e estamos fechando distribuições pelos Estados Unidos e Polônia. Aqui no Brasil, como eu já havia dito, o lançamento foi feito pela Metalkult Records, Distro Rock Records, Attitude Headbanger’s House, e também estamos recebendo comentários positivos por parte do público e da imprensa especializada o que mostra que o material tem sido bem aceito apesar de uma divulgação mais tímida.
O EP está sendo lançado em outros países da América do Sul, mas já houve contatos para o licenciamento no continente europeu, ou mesmo na América do Norte? E já há notícias de como tem andado a recepção por lá?


Mkult – Na América do Norte, estamos tendo uma boa receptividade, e existe a possibilidade de um licenciamento por lá pela Core-O-Sive Records da Flórida... E tudo está dependendo de acertarmos alguns problemas burocráticos, mas que serão resolvidos em breve, e devido a algumas entrevistas cedidas para rádios americanas, também fomos convidados pela Goomba Music, uma agência Norte Americana que está nos apoiando, para uma turnê de 2 semanas pela Flórida com as bandas SINISTER e WYKKED WYTCH em Maio deste ano, mas infelizmente não teríamos tempo de preparar as documentações, já que está muito em cima, mas contatos estão feitos e teremos outras oportunidades. Também estamos fechando uma distribuição no México pela Onslaught Records, e outra na Polônia pela Old Temple Records.


Para muitos fãs, é estranho que uma banda há tanto tempo na estrada só tenha conseguido lançar seu primeiro CD em 2007?


Mkult – Acredito que as idas e vindas que a banda sofreu no passado atrapalharam bastante. Infelizmente foi assim na nossa história, mas depois que lançamos o ‘Under The Blade I Die’, não paramos mais e estamos certos de que continuaremos e desta vez sem pausas.


As mudanças de formação sempre foram uma problemática para vocês, certo? Poderia nos falar o motivo que levou o guitarrista/vocalista Alan Silva e o baixista Vitor para o futuro?


Mkult – Alan e Vitor deixaram a banda por motivos pessoais e profissionais, acredito ser uma questão de prioridades, e todos tem o direito de escolher o que for melhor para suas vidas. O que importa é que todos nós continuamos amigos e isso está acima de qualquer coisa. Acredito que o line-up atual que seja o mais consistente que já tivemos, todos estão muito focados na banda e tem isso como principal objetivo sendo assim as coisas fluem com mais equilíbrio e concordância.


Ainda falando um pouco do passado, como você poderia definir o som de quando a banda começou, e o que estão fazendo agora? Acredita que houve uma evolução, mas sem a perda das raízes daqueles tempos?


MKult – O COLDBLOOD é o tipo de banda que não costuma se repetir, nossa base é e sempre será o Death Metal, mas em cada material produzimos é de uma forma. Quem acompanha a banda pode me entender e não seria diferente para este EP, como também não será diferente para o próximo Full-Length. Nossas raízes sempre estarão lá assim como nossa identidade. Quando se fala em evolução, podemos analisar sob vários aspectos, você pode evoluir no seu instrumento, mas pode não evoluir como compositor ou vise e versa. Estamos tentando fazer com que essas duas coisas evoluam juntas o que seria a combinação perfeita.


É fato que o conhecido músico Mcraft, também conhecido por L. Wizard (ex-guitarrista e vocalista do NOCTURNAL WORSHIPPER, atualmente no DEMONTHOR) esteve na banda? Ele chegou a deixar alguma contribuição musical que a banda chegou a usar?


ImagemMkult – Não temos nada gravado dessa época, até tínhamos algumas canções novas, mas apenas tocávamos ao vivo. Quanto ao L.Wizard, nunca mais o vi.

O COLDBLOOD tocou em vários países da América do Sul na ‘Under the South America Tour’, mesmo com a saída recente do baixista Vitor. Como foi que a banda fez a tour sem ele, em quais países passaram, e como foi a recepção do público em geral? E o que poderia nos contar sobre os fãs de outros países?


Mkult – Vitor deixou a banda a poucas semanas da turnê, o que fez com que tivéssemos que remanejar tudo novamente. Como não haveria tempo de encontrar um novo baixista, Julio Cesar, que entrou na banda para assumir a segunda guitarra, passou para o baixo e assim fizemos a turnê, como power trio. Passamos por países como Equador, Peru e Bolívia e a receptividade foi melhor do que esperávamos. Muitos conheciam a banda e em todos os lugares nos trataram muito bem, realmente não esperávamos tanto. Os fãs de lá são loucos por Metal então quando tem show todos vão não importa se é banda local ou gringa, eles querem se reunir em nome do Metal é algo como religioso. Nosso brother aqui no Brasil, Reginaldo Nunes, da Malignant Art foi conosco e pode testemunhar tudo. Claro, é uma coisa muito séria e você tem que saber com quem está fazendo as coisas, fizemos grandes shows e grandes amigos e no final das contas é isso que importa.


No momento, há planos de shows e tours pela Brasil? O que já há de concreto nesse sentido, e já há algum planejamento para mais shows fora?


Mkult – Estamos em contato com produtores do Norte-Nordeste para fecharmos algumas datas para o segundo semestre, talvez 2 ou 3 semanas para divulgar o EP, mas ao mesmo tempo já estamos trabalhando no próximo álbum e na pré produção do nosso primeiro video clip oficial. Shows fora do país somente para o ano de 2013.



Agradecemos pela atenção, e deixamos o espaço para suas considerações finais e mensagem aos nossos leitores.
Mkult – Gostaria de agradecer a você, Marcão, que nos acompanha desde sempre, ao Whiplash.net pelo espaço cedido, e agradecer às pessoas que tem nos apoiado e acreditado no nosso trabalho.

Fonte: Coldblood: Death Metal de Primeira Classe - Entrevistas http://whiplash.net/materias/entrevistas/154138-coldblood.html#ixzz1uCsTy2Mt












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